A base desta historinha, adaptada por Lya Luft, foi escrita por Martha Herzberg, uma terapeuta.
História dos sentimentos
“Os sentimentos moravam em uma ilha e
num dia inteiramente comum todos eles estavam reunidos fazendo coisas
inteiramente comuns. Reuniram-se para brincar e depois que o tédio bocejou
várias vezes porque a indecisão não conseguia decidir nada e a desconfiança
estava desconfiada demais para ajudá-la a tomar qualquer decisão. A loucura
sugeriu que eles brincassem de esconde-esconde. A curiosidade quis saber todos
os minuciosos detalhes da brincadeira e a intriga começou a cochichar com os
outros que com certeza alguém ali pretendia trapacear na brincadeira. O
entusiasmo saltou de alegria e convenceu a dúvida e a apatia, que ainda
sentadas em um canto pensavam. A verdade achou que essa brincadeira de esconder
não estava com nada, a arrogância fez cara de desdém, pois a ideia não havia
sido dela. O medo preferiu não se arriscar e como já esperado perdeu a
oportunidade de ser feliz. A primeira a se esconder foi a preguiça, deixando-se
cair num canto atrás de um arbusto, que estava próximo. O otimismo escondeu-se no
arco-íris, e a inveja se escondeu junto com a hipocrisia que sorrindo
falsamente atrás de uma pedra estava odiando tudo aquilo. A generosidade
quase não conseguia se esconder porque era grande demais
e ainda queria abrigar todo mundo em seu esconderijo, já a culpa ficou
paralisada, pois já estava escondida em si mesma. A sensualidade se estendeu ao
sol em um lugar bonito e secreto para poder saborear o que a vida lhe oferecia.
O egoísmo achou um esconderijo perfeito, onde não cabia mais ninguém exceto ele.
A mentira disse para a inocência que ia se esconder no fundo do oceano, onde a
inocente acabou afogada, já a paixão se enfiou dentro de um vulcão e o
esquecimento já não sabia mais o que eles estavam fazendo ali.
Depois de contar
até cem a loucura começou a procurar. Achou um depois o outro, mas ao remexer
em um arbusto ouviu um gemido: era o amor, que estava com os olhos furados
pelos espinhos. A loucura tomou o amor em seus braços e seguiu com ele,
espalhando beleza pelo mundo.
Desde então o amor é cego e a loucura o
acompanha. Juntos eles fazem a vida valer a pena, mas isso não é uma coisa para
medrosos nem para os apáticos, que perdem a felicidade no ermo dos
preconceitos, aonde gritam a acomodação e o pânico.”
Encontrei esse texto no blog da Sara: http://sarahdeandrade.blogspot.com.br
Faz tempo que quis compartilhar ele com vocês e aproveitei esse dia para isso. E para não perder a tradição claro, fiz uma ilustração para dar vida aos personagens principais. Espero que tenham gostado, pois apesar de simples acho ele bem sincero e agradável.
E para todos desejo um Feliz dia dos namorados. Hoje, amanhã e sempre!
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