Não se trata de uma simples ressaca
Não culparei os goles daquele veneno de diversas cores e sabores que
tira a vida de qualquer um no decorrer dos anos
Muito menos as madrugadas perdidas sem sentido
algum
Gosto amargo na boca
Um peso preso no meu pescoço, me tira a vontade de
levantar a cabeça
Os olhos não querem abrir
E ao abrir, vejo uma sombra de orelhas pontudas na
parede. Ela apenas se mexe. É uma alucinação? Embora em uma hora assim não faça
a mínima importância sobre o que é real e surreal...
Porque não estou no meu quarto?
Esse lugar; é a área dos fundos da casa dela. Eu
estou sonhando? Não, não mesmo. Vim parar aqui depois daquele evento.
Enquanto isso, músicas estranhas se misturam
dentro de minha cabeça. De onde elas vêm? Isso é perturbador!
Hipnos insiste em fazer meus olhos fecharem, mas
eu resisto. Ainda quero sentir um pouquinho mais esse gosto amargo. Essa
sensação de que ainda está faltando muito para alcançar o que ainda nem mesmo
sei o que é. Mas é algo que devo alcançar.
Até quando essa ressaca vai me perseguir? Até
quando ficarei sem dormir? Agora já chega! Não aguento mais. Vou entrar em coma
por pelo menos umas seis horas. E, ao abrir os olhos no dia seguinte, fingirei
que nada aconteceu.
E assim digo adeus a essa insólita ressaca.
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