Lembro muito bem do dia que nossa história começou: em um inverno especialmente frio, aliás, ele foi o que posso chamar de cupido, pois naquela hora, naquele gélido e solitário caminho de uma rua sem destino, eu te avistei tremendo. Tremendo tanto quanto as últimas folhas de um outono que acabara de se despedir. E, sem pensar e sem que nem mesmo você percebesse, expulsei o frio de seu corpo com meu casaco, e você expulsou apenas com seu olhar, o frio que uma longa solidão tinha causado em meu coração. O calor de nossos prematuros sentimentos florescia alegre e continuamente como a reencarnação da primavera.
E o nosso primeiro beijo então? Mesmo depois de tanto tempo, ainda lembro de cada movimento de seus lábios carinhosamente deslizando sobre os meus, enquanto os nossos suspiros confirmavam o quão calorosas eram horas como aquelas.
E o que dizer das noites em que as próprias eram as únicas testemunhas de nossos incandescentes e mágicos momentos de prazer. Nem mesmo no mais ardente dos verões queimava tanto quanto nossos corações cheios de paixão.
E hoje, no último dia em que digo palavras carinhosas em teu ouvido; no dia em que pela última vez aqui na terra direi olhando nos seus olhos a frase “Eu te amo”, ela chegou para tornar real o nosso juramento que fizemos no altar aos olhos do padre e aos pés de Deus a sessenta e cinco anos atrás.
Agora, te entrego aos mensageiros dos céus para lhe guiar nessa nova viagem... E, quando chegar lá, guarde o meu lugar; bem juntinho do seu. Para quando meu último inverno chegar, eu poder ir novamente te encontrar, e poderemos recomeçar nossa história que jamais terá fim; porque enquanto o inverno existir, estarei sempre ao seu lado para te livrar do frio enquanto olhando para você em meus braços, dizer que te amo!
MUITO LEGAL,GOSTEI MUITO MAS MUITO MESMO TA DE PARABÉNS
ResponderExcluirMuito obrigado Érica!
ResponderExcluirSerá sempre bem-vinda e fique a vontade para fazer uma visitinha. A cada visita será uma experiência nova. Pode acreditar!