[conto] Conversa de Gente Grande

"Em um lugar que não importa onde ou muito menos o que tinha nele, duas 'personalidades' muito famosas conversavam seriamente sobre... Bem sobre o que essas personalidades conversavam ou quem eram, espero ver vocês mesmos descobrirem..." 

Jogador 2: Antes de ouvir qualquer coisa de sua boca, fique sabendo que essa situação é algo que vai muito além do ridículo. Para que você me trouxe aqui? E essa mesa de xadrez? O que significa toda essa cena clichê?

Jogador 1: Suas palavras não são novidades para mim, nem mesmo depois de tanto tempo... Não que eu me surpreenda com isso, mas você não mudou absolutamente nada desde nosso último encontro.

Jogador 2: Nosso último encontro deixou bem claro que depois daquela queda, eu jamais mudaria. Eu preciso ser assim para fazer meu trabalho não é?

Jogador 1: Esse é o motivo pelo qual o trouxe aqui. Seu trabalho...

Jogador 2: Bem, apesar de eu não ter pensado nisso enquanto estava ocupado, não me admira que você esteja incomodado com meu trabalho... E não me venha dizer que estou fazendo o trabalho errado! Você deu o direito para cada um fazer as coisas do jeito que quisessem. Então...

Jogador 1: Eu sei, eu sei que ambos estão fazendo seu trabalho dentro dos limites, mas tu sabes muito bem que devido as escolhas deles,  você andou se aproveitando da situação e acabou deixando as coisas mais descontroladas do que pretendiam ficar.

Jogador 2: Descontroladas? Você é surdo? Eu estou apenas fazendo meu trabalho e tudo continua seguindo seu curso como deveria ser... Não tenho culpa se através da livre escolha, a maioria deles tenham escolhido agir de tal maneira que os tenha deixado na atual situação que se encontram.

Jogador 1: Sarcástico como sempre... Você reclamou do cenário, do xadrez e de tudo mais lá no começo, mas está quase vencendo o jogo...

Jogador 2: Não foi minha intenção. Mas sabes muito bem que sou impaciente. E, mesmo assim estou em vantagem. Parece que as coisas estão boas para mim no xadrez também.

Jogador 1: Não tente me chocar comparando um jogo de xadrez com um combate real. Nada disso funciona comigo.

Jogador 2: Hahahaha! Eu sei disso oras. Mas você apesar de possuir um grande exército, sempre jogou mais na defensiva. E as coisas como estão agora lembram muito esse jogo de xadrez. Você não pode intervir tanto quanto gostaria devido as escolhas deles, não pode forçá-los a fazer algo que não queiram e termina ficando na defensiva, esperando uma oportunidade que provavelmente nunca aparecerá. E, em momentos assim, o melhor ataque pode até mesmo superar a melhor das defesas.

Jogador 1: É... Tens razão. Mas nem mesmo diante de sua dita “vantagem” atual, lembro do que é dito naquele livro, ou seja. O que você chama de melhor ataque, pode significar no final a pior das derrotas.

Jogador 2: Diferente de você, mesmo te conhecendo depois de tanto tempo, esse seu falso jeito calmo e hipócrita de falar ainda me irrita sabe? Quer saber o que eu gostaria de fazer com você e todos eles agora se eu pudesse? Não, eu não vou dizer, pois você já deve saber certo? Afinal, está lutando para que eu jamais possa ter a chance de fazer o que realmente gostaria com todos eles... Principalmente com você!

Jogador 1: Essa foi uma grande ameaça. Mesmo sabendo que não pode fazer nada a não ser usufruir de seu poder de influência, ainda faz esse tipo de ameaça. Ainda que eu esteja ciente de suas intenções, tome muito cuidado com o que diz... Palavras como as suas pronunciadas nesse tom, podem soar como algo além de uma ameaça. E você sabe as conseqüências disso.

Jogador 2: Bastardo insignificante. Fala como se não soubesse que minhas ameaças sempre estão acompanhadas de verdadeiras intenções. Apenas aguardo o momento em que poderei realizar minhas intenções e cumprir minhas ameaças!

Jogador 1: Eu estarei sempre pronto para esse momento. Mas esteja certo de uma coisa: A queda dessa vez será muito pior e vai ser muito mais de difícil de se levantar também.

Jogador 1: Há, e já ia me esquecendo: xeque mate.

Fim?