Lá naquela casa semi-destruída, no interior mórbido e depressivo do quarto, encontrava-se alguém com uma aparência centenas de vezes pior do que o próprio lugar em que estava; alguém que já não lembrava mais se estava vivo ou morto; alguém que nem mesmo com um alguém parecia. Naquele atual estado, ele não passava de uma personificação da perdição e auto-destruição. Dentre seus muitos lamentos, proferidos com gemidos, frases incompreensíveis e murmúrios estranhos, seus últimos e desesperados clamores:
"Porque tudo tinha que terminar assim?... Éramos tão apaixonados no começo
Quando declarei meu amor pela primeira vez, foi somente pra você... De todas elas, a que me conquistou por completo. Tão branquinha quanto a neve, seu jeitinho silencioso que foi me conquistando aos poucos, leve como o vento, não demorou muito para sentir tanta paixão a ponto de não conseguir mais ficar um dia sem respirar você. Um aroma jamais encontrado nenhuma outra.
E hoje, depois de tudo que passamos, ainda te amo tanto, mas te odeio ao mesmo tempo.
Minhas unhas estão quebradas de tanto arranhar meu rosto e as paredes, mas apenas as paredes sentem dor. E meus lábios estão tão secos que mal dão para te beijar; sinto que também não posso mais sentir seu cheiro.
Passamos por tantas coisas juntos, mais de um milhão de viagens ao mundo das utopias mais selvagens e prazerosas, infinitos mergulhos nas mais profundas e escuras águas repletas de perfumes e sensações que apenas pessoas como eu podem experimentar.
Mas e o custo... O custo de tudo isso... O preço de toda essa aventura cheia de desventuras.
Nossa! É um custo muito alto, muito alto... Muito alto mesmo. Tantos sacrifícios! Abandonei tudo e todos para viver apenas com você.
Um preço tão alto que eu precisaria de 150 vidas de martírio, viver 600 encarnações na solitária e quem sabe, passar umas 1000 vezes por todos os infernos hindus... E, talvez assim pagar pelo menos a metade do preço por viver ao seu lado. Mesmo que tenha sido por um espaço tão curto de tempo.
Fico me perguntando agora se você está me ouvindo ou já me ignorou ao perceber que não tenho mais forças – e nem mais vida eu tenho, quem sabe? Muitos me veriam como algo pior que um cadáver no meu atual estado – nem mesmo para desfrutar e saborear o doce, quente e louco gosto de seus lábios hipnóticos.
O que fazer? Sei que nunca encontrarei outra como você minha linda “Branca de Neve” e o que mais me dó em tudo isso é que você nem está aí para meu sofrimento.
Eu te amei, te amo até hoje com todo o resto de forças que ainda tenho, e como gratidão...
... Como gratidão, você apenas me mata lentamente.
Por que Branca de Neve, por que tudo tinha que terminar assim... Por que?"
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