"Esta não é uma história de doces ou travessuras
É uma narrativa de lobos, bruxas e uma assassina de capuz
vermelho que busca por vingança. Porém em sua caminhada de incontáveis
matanças, ela descobre verdades que vão por em julgamento tudo o que ela acreditou
e fez até hoje."
Parte 1
Esta é uma história conhecida por poucos. Um conto de lobos, bruxas e uma menina de capuz vermelho que gostava de cantar pela cidade quando estava feliz. E o que a deixava feliz? Ver cair diante de seus olhos, um guerreiro do clã Chacais Noturnos, mergulhado no próprio sangue e sem vida. Conhecida como “Sanguinária Chapeuzinho”, ela decidiu desde seus quatorze anos que dizimaria por completo todo o clã na qual um dia ela pertenceu.
Esta é uma história conhecida por poucos. Um conto de lobos, bruxas e uma menina de capuz vermelho que gostava de cantar pela cidade quando estava feliz. E o que a deixava feliz? Ver cair diante de seus olhos, um guerreiro do clã Chacais Noturnos, mergulhado no próprio sangue e sem vida. Conhecida como “Sanguinária Chapeuzinho”, ela decidiu desde seus quatorze anos que dizimaria por completo todo o clã na qual um dia ela pertenceu.
Isso mesmo! Com apenas um ano de idade
ela foi encontrada quase sem vida em uma floresta habitada apenas por homens-lobo.
Um pequeno, porém muito poderoso grupo de lobisomens guerreiros, temido e
respeitado por todos. Viviam nas sombras da Floresta dos Gritos Perdidos; onde
jamais nenhum humano havia posto os pés e tinham a habilidade de assumir a
aparência dos homens quando bem quisessem, exceto na lua-cheia, quando o lado
mais selvagem aflorava e todos passavam a noite uivando como loucos. Era uma
característica deles de demonstrar o quão poderosos eram através do uivo. Contudo,
por um motivo ainda desconhecido, em seu décimo quarto ano de vida, Sanguinária
Chapeuzinho se rebelou contra o grupo na qual um dia a acolheu e fez uma
promessa para o mundo de que não restaria se quer um único homem-lobo.
Dois anos depois da sua declaração de guerra contra os Chacais Noturnos,
em sua grande caçada, Sanguinária Chapeuzinho dizimou quase todo o clã,
restando apenas o líder Fenris Lupan e seu braço-direito Tundara Rufus. Sanguinária
atualmente com apenas dezesseis anos, fazia jus a seu nome por meio de suas
ações. Com afiadíssimas adagas escondidas em sua cesta, ela assassinava seus
oponentes com os mais violentos requintes de crueldade. Cada morte era uma
carnificina. Talvez, por ter sido criada por homens-lobos, Sanguinária
Chapeuzinho acabou assumindo características caninas; agilidade, força,
intimidação e o principal: instinto. Nenhum dos homens-lobo mortos pôde
presenciar o quão ela ficara excitada e eufórica ao deleitar-se com mais uma
vítima banhada com o próprio sangue. Cada vítima depois de morta teve suas
grandes presas arrancadas no qual passaram a fazer parte de um colar que a
mesma exibe com orgulho no pescoço. O que havia começado com apenas um par de
presas hoje tinha vinte. Além disso, no final de cada morte, uivos ensandecidos
de ódio e prazer ecoavam pelos quatro cantos da Floresta dos Gritos Perdidos.
Um fato curioso é que todos os lobos assassinados por sua algoz tentavam desesperadamente
dizer algo, porém em vão, pois tão ágeis eram os movimentos da menina quanto os
golpes desferidos por suas adagas não dando tempo nem mesmo para serem
revidados. Ainda por cima, o primeiro golpe desferido por Sanguinária
Chapeuzinho era destinado diretamente à garganta.
Para não causar alvoroço e nem assustar as pessoas na cidade na qual ela
atualmente pertencia, Sanguinária assumia um comportamento totalmente
diferente: meiga, gentil com todos e bastante prestativa. Sempre exibindo um
belo sorriso e cantando nos momentos mais oportunos. Jamais desconfiaram do que
realmente ela guardava em sua cesta na qual ela afirmava ter apenas doces e
bonecas. A única que sabia de sua real identidade além dos homens-lobo era sua
avó materna que vivia em uma pequena e velha casa oculta entre a floresta e a
cidade.
- Vovó
sou eu! Me deixe entrar!
- Olá
minha netinha linda! Seja bem vinda de volta! Faz tempo que não vem me
visitar... Sua vovó estava sentindo tanta falta...
- Ah vó,
desculpa, mas ultimamente tive muito mais trabalho do que antes.
- Eu sei
querida. Mas me diga como anda seu trabalho com os homens-lobo? Cada vez que
sai para caçá-los fico tão preocupada! Mal posso esperar pelo dia em que tudo
isso irá acabar.
- Eu seu
vovó! Mas não se preocupe! Depois de muito tempo fora em minhas caçadas, dei
conta de quase todos eles! E agora só restam dois: Aquele líder asqueroso e o
braço direito dele. Esses dois vão me dar mais trabalho, mas vou conseguir. É
só eu tomar cuidado para não dar de cara com os dois de uma vez.
- Que bom
querida. Mesmo que ninguém além de nós duas e aquelas feras abomináveis saibam
do seu segredo, pode ter certeza que todos os habitantes da cidade,
principalmente aqueles que sobrevieram ao massacre de quinze anos atrás ficarão
eternamente agradecidos. Ah, eu posso lembrar como se fosse ontem; tantos
corpos, casas e mais casas destruídas, nossa cidade que costumava ser tão
linda, reduzida a quase nada além de escombros. E tudo por culpa daqueles
malditos monstros selvagens! Fiquei tão desesperada ao ver amigos meus mortos,
seus pais nem tiveram chance de gritar. E no fim, você tinha desaparecido sendo
tão frágil...
- Não
fique lembrando essas coisas ruins vovó! O importante é que eu não morri. Me
tornei uma pessoa muito forte e graças aos deuses pude te reencontrar para
saber de toda a verdade. Pena que só fui descobrir treze anos depois, que os
responsáveis pelo massacre foram justamente aqueles que cuidaram de mim durante
minha infância. Só de pensar nisso me dá nojo. Sinto muito ódio deles e por
isso não descansarei até que tenha minha vingança completa. Por mim, por meus
pais, pela senhora e por todos os habitantes da cidade.
- Querida
chapeuzinho. Quando você completar sua missão, me prometa que nunca mais irá
empunhar uma arma ou sequer pensar em lutar, para viver junto comigo. Somos a
única família que restou uma para a outra!
- Sim
vovozinha! Depois que der um fim a todos eles, sei que não precisarei mais
derramar sangue de ninguém e poderei ser uma garota normal como as outras. Teremos
uma vida muito feliz.
A conversa entre as duas se estendeu
por um longo período. Afinal, fazia tempo que Sanguinária Chapeuzinho não sabia
o que era ser tratada como uma doce e meiga criança.
E, não custou muito para que
rapidamente a noite caísse. Avó e neta se despediram com um caloroso abraço e
palavras carinhosas. Em seguida a caçadora de homens-lobo partiu em seu
caminho. Algum tempo depois, passando em um caminho perto de uma das entradas
da Floresta dos Gritos Perdidos, ela ouviu sons de leves passos vindos de
dentro da mesma:
- Hum...
Não são passos quaisquer. Parecem ser mais leves e como se estivessem usando
calçados... Um humano? Impossível!
Rapidamente ela adentrou através das
árvores e logo encontrou o dono dos misteriosos passos:
- É um
humano mesmo! O que faz aqui? Sabe que não pode andar nessa floresta! É muito
perigosa por causa dos homens-lobo que habitam aqui e...
- Eu sei
de tudo isso – disse o jovem com uma voz calma e um olhar penetrante – Mas,
mesmo que custe minha vida, preciso que você saiba de uma verdade. Uma verdade
que deveria ser contada a você há muito tempo.
Chapeuzinho sem entender nada, apenas
interrompeu:
- Do que
você está falando? Não tem nada sobre meu passado que eu não saiba! Agora para
de dizer bobagens e vamos sair daqui logo. Se um homem-lobo aparecer, vou ter
problemas para enfrentar ele enquanto te protejo...
Enquanto Chapeuzinho virava as costas,
o jovem segurou a garota pelos ombros e olhou dentro dos olhos dela enquanto
dizia:
- Hoje
conhecida como Sanguinária Chapeuzinho. Mas seu verdadeiro nome é Maria
Elizabeth, filha de...
Antes que o jovem pudesse terminar de
proferir mais alguma palavra, ele foi surpreendido por um certeiro e letal golpe
de adaga no abdômen. Sanguinária Chapeuzinho tinha percebido algo de muito
suspeito, graças a seus aguçados instintos caninos.
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