Do
encantamento de Aradia surgiram três entidades: criaturas abençoadas com o dom
da pureza e poder para subjugar os males nos corações dos seres vivos;
adornados por vestimentas e acessórios de puro tecido branco – colares, laços, argolas
e anéis – de pés desnudos e possuíam em cima de suas cabeças, algo semelhante a
asas finas e longas. E a beleza não estava apenas em suas aparências, mas
também em seus movimentos e expressões: Os Julgamentos Cerimoniais foram
convocados para combater Erradicadores de Vidas de Lilith; e, podia-se ver
claramente como seus movimentos durante a batalha se assemelhavam a uma dança.
Um balé repleto de magia, dança e punição. Tudo isso em uma sincronia de ritmo
às vezes brando e leve; às vezes frenético e implacável. É como se a própria
justiça Divina tivesse descido dos céus para punir as bestas do Apocalipse. Uma
cena bela e ao mesmo tempo, fantástica e assustadora.
Porém, isso não chegou perto da
verdadeira batalha que estava prestes a começar entre Lilith e Aradia. As duas
grandes entidades do mundo das bruxas. Magia negra contra magia branca. Antes
que a disputa tivesse início, houve um breve diálogo entre as duas: “Então mais
uma vez você retorna do abismo no dia de todos os santos para causar a desgraça
na terra Lilith. Mas dessa vez vou te impedir; para que você jamais ressurja novamente
das profundezas como tem feito a cada seis mil luas cheias. Você pode ser
imortal, mas também existem prisões que podem durar toda eternidade. E é para
lá que vou te mandar Lilith!”
Lilith, que parecia não estar nem um
pouco preocupada com as ameaças de Aradia retrucou de forma sarcástica: “A
imortalidade é um dom que deve ser desfrutado em liberdade. E você não vai me
privar desse direito, simplesmente me aprisionando. Além disso, para me
aprisionar, primeiro você precisa me derrotar... E pelo que me lembro não foi
você quem me venceu na última guerra, mas sim aquele Velho irritante que não
tem ao menos coragem de aparecer.”
Lilith, se referia a Última Guerra
Santa que aconteceu a muito, muito tempo atrás. Uma guerra de proporções
inimagináveis que de tão marcante e traumática, ficou proibida de ser contada
pelas gerações seguintes. E, como foi predito no final daquela mesma guerra,
Lilith voltaria a cada 6000 luas cheias para causar a carnificina e destruição
e despertar tudo o que é impuro nos corações dos seres vivos.
De lá para cá, suas aparições
deixaram no mundo estigmas, que até hoje custam para serem apagados. Mas dessa
vez, Aradia estava decidida a por um final nisso, selando de uma vez por todas
a existência da demoníaca Mãe Negra:
“Dessa
vez você cairá para sempre. Pois ‘aquele Velho irritante’ jamais abandonaria
seus filhos e por isso Ele me permitiu e me concedeu poderes para vir a esse
mundo e impedir que mais uma vez você traga a calamidade para esse mundo.
Prepare-se Lilith, pois sua hora chegou!”.
E assim a maior batalha entre magia
negra e branca que já se ouviu falar teve início. Uma batalha que deverá ser
contada nos livros de histórias de todas as eras. Aquele dia de todos os santos
foi o palco principal escolhido para tal duelo. Mas, qual será o resultado?
Continua...
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